14 de maio de 2012

Horas de água




São de água as horas que bebo
Fluídas e claras
Pingadas do sol das auroras
E do perfume das rosas bravias
Que florescem, fieis ao seu tempo
Esquecidas do impiedoso frio dos invernos.
Chegam no bico dos pássaros
Regressados ao ninho
E como um colo
Aquecem o espaço silencioso dos meus lábios
Reanimando palavras...
Todas as palavras que antes me pareceram inúteis.







9 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Só espero a água
a palavra
e a sede
para as beber

Quando a sede chegar
todas as palavras serão úteis
para a saciar

saitica disse...

Água
me inspire
algum dizer...
Água de beber
aclare meu pensar
Por não saber nadar
me afoguei num pingo d'água
foi suficiente
nada sei

daniel

Lídia Borges disse...

Uma aurora emergente de um tempo por estrear...



Beijo

Dulce disse...

"Pingadas do sol das auroras"..

são também as palavras que te deixo..
na forma de um forte e terno abraço
belíssimo

beijinho grande
dulce

Virgínia do Carmo disse...

A liquidez que nos depura...

Beijinho e saudades, querida João.

Branca disse...

Maria João,

por aqui todas as palavras são úteis e de água, que dessedentam a nossa necessidade de paz de espírito e de um mundo feito de gente "linda".

Beijinhos
Até breve

Mel de Carvalho disse...

Querida Joãozinha,

este poema toca-me de sobremaneira - li, reli e voltei a ler. A liquidez de uma conta, um fio ternurento que nos liga à raiz da terra - um cordão umbilical com a mãe natureza ...

beijo daqui
saudade
Mel

vieira calado disse...

Um poema bem cuidado!

Bjssss

AC disse...

Identifico-me com as suas palavras, Maria João. Quem não quer esse tempo novo?

Beijo :)